sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Ser ABORTADO


Ah, o doce sonho de crescer, criar asas, ser dono de si próprio, entrar em uma universidade e mais tarde se tornar independente!  Durante a adolescência, pensamos o tempo inteiro nisso e o quanto seremos felizes ao nos liberarmos de nossas amarras, do controle dos pais e irmos para o mundo, conquistar a vida. De fato, ao conseguir isso, em minha opinião, deve ser magnífico; no entanto, o processo… O processo é doloroso!


Sair de casa todos os dias, enfrentar o mundo inteiro, sorrir quando você está morrendo de solidão por dentro, ser forte e continuar caminhando quando você só tem vontade de parar, encarar todos os desafios e ser avaliado a todo momento. Esses são os percalços de “crescer”, de ser obrigado a amadurecer o mais rápido possível. Porque o mundo não dá uma pausa para que você se acostume. É necessário que você guarde toda a insegurança, o medo, a fragilidade, a imaturidade e vá paro mundo, fingindo que está tudo bem, que você já se adequou, afinal você vem sendo preparado a vida inteira para crescer. Contudo por mais que você tenha sido preparado durante anos para esse momento, você não se sente como se estivesse sendo parido, você se sente ABORTADO.

É como se sentir jogado em uma arena com um leão, e que por mais que você tenha treinado por muito tempo, você se sente desemparado e, especialmente, tem medo de tudo dar errado. Você pensa: “o que eu estou fazendo aqui?” E não vê sentido em nada. Só se questiona por que ir em frente, por que essa guerra acontece com você, por que não ser um simples espectador.
  

Eu, sinceramente, não tenho respostas, talvez por ser muito novo e ainda estar na fase de me questionar e ver o sentido passando longe. Talvez seja normal não ter respostas nessa fase, ou talvez seja normal não ter respostas nunca. Eu só estou tentando processar tudo e ficar bem com isso tudo. Espero que vocês já estejam bem, ou tentem ficar bem. Espero que seja doce para mim. Espero que seja doce para vocês também.






sexta-feira, 18 de maio de 2012

Adulto como "Alice"


A adolescência é a fase mais encantadora da vida, e ao mesmo tempo, a mais difícil. Escolher para onde ir para o resto da vida, e tomar consciência que aqui é o início de tudo, que o nosso futuro inteiro depende do agora… É por esses e outros motivos que o adolescente é tão problemático. Incerteza é uma amiga (ou inimiga) constante em nossas vidas, o medo é a sombra que nos segue.
Ainda não conheci nenhum adolescente que não sofresse, que não tivesse o terrível temor do que vem pela frente, que o fracasso não fosse o pesadelo mais atormentador.  É claro que os casos mudam e os problemas são diferentes, contudo cada adolescente tem seu demônio sobre as suas costas, atormentando cada sonho e, por vezes, destruindo-os. Ficamos indecisos e confusos entre aproveitar o agora, aproveitar esse tempo que nunca vai voltar ou focar no futuro, porque daqui a algum tempo seremos apenas nós e nós mesmos.
A independência que está logo aí é fascinante, mas é assustadora. São coisas simples, das quais a gente se vê obrigado a deixar ir embora: o simples ato de ir ao médico com a mãe! Você se vê largado no mundo, e tem mundo mais cruel que esse? Quer dizer, o mundo não é cruel, as pessoas sim! E será que nós estamos preparados para enfrentar essas víboras? E o pior de tudo: nós nos transformaremos também nessas víboras?
Eu de fato, às vezes, queria ser uma espécie de Peter Pan, para que eu nunca saísse da adolescência. Assusta-me ter que perder o som altíssimo da minha risada por uma convenção adulta que diz que rir escandalosamente não é de bom tom; assusta-me ter que deixar de brincar com meus amigos, porque adultos têm que trabalhar; assusta-me não poder mais abraçar os meus amigos tão intensamente quanto faço hoje, porque os adultos não podem demonstrar tanto afeto e, na maioria das vezes, têm que ser frios nos convívios sociais; assusta-me deixar de lado as músicas, os seriados, os livros, as roupas que gosto, porque os mesmos não são considerados coisas de adultos; assusta-me, sobretudo, que daqui pra frente estarei sozinho.
Chegou a hora de morrer de novo! Esse é o momento em que o adolescente vira homem ou mulher. Esse é o momento em que precisamos iniciar, de fato, toda a nossa futura vida. Mas são tantos caminhos, tantas estradas e ninguém está aqui para nos ajudar. Sinto-me perdido, sei que já não sou mesmo de ontem, e que amanhã não serei o mesmo de hoje; no entanto, eu sempre serei o menino que fui um dia, isso eu não consigo negar, dele eu não consigo me separar. Então como virar um adulto e me livrar das brincadeiras, das paixões malucas, das brigas idiotas, dos momentos de carinho, das gargalhadas estonteantes, ou seja, de tudo que eu amo?
A pergunta é: a gente de fato precisa se livrar disso? Eu tô achando que não! Talvez, eu venha a ser um adulto diferente, um adulto meio “Alice”, uma águia numa terra de víboras. Mas e daí? Quando essas víboras olharem para mim com aquele olhar de “Que imaturo, bobalhão!”, eu é quem vou rir delas e dizer: pelo menos eu consigo voar! E quem sabe, quando me der fome, eu não devore uma delas? E que seja doce para vocês também…





P.S.: Eu acho que deu pra perceber que a "Alice" a quem me refiro é a personagem do filme/livro "Alice no país das maravilhas". E, caso alguém não saiba, a história representa a passsagem da personagem para a vida adulta.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Troque de pele



Ando insatisfeito comigo mesmo, sabe aquela sensação que é você quem está deixando o mundo sem cor? Exatamente isso que ando sentindo. Parece-me que estou sujo, infectado, doente; não de físico, mas de espírito, de mente.
O incômodo que sinto não é de ser quem sou, é incômodo de estar como estou, de fazer o que ando fazendo. Cheguei a pensar em diversas atitudes (algumas até loucas) de como sair dessa situação, e depois descobri o óbvio: o que devo fazer é arrancar o mal pela raiz e mudar de atitude, visão e de mundo. O grande problema nessa variância é que a mesma não envolve só a mim, outras pessoas estão envolvidas nesse contexto, aumentando assim a minha confusão.
Quando você descobre que os seus pensamentos, suas visões e suas atitudes relacionadas a determinado assunto estão erradas, o desespero bate e você percebe que a mudança tem que ser imediata e rapidamente você se pergunta: eu consigo?
Claro que consegue! Qualquer um consegue mudar! Decide-me: vou mudar! Começando pelo pensamento, atitudes e pelo comportamento.
Todos nós desenvolvemos essa capacidade, a mente humana pode ser uma verdadeira camaleoa, porque nós somos camaleões. Cheguei a conclusão que a insatisfação nos tira da inércia, move as pedras do nosso caminho, nos transforma… Eu quero ser um camaleão!  E que seja doce para vocês também…

Luisp.